sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009



Você foi o maior dos meus casos
De todos os abraços o que eu nunca esqueci
Você foi dos amores que eu tive
O mais complicado e o mais simples pra mim.
Você foi o melhor dos meus erros
A mais estranha história que alguém já escreveu
E é por essas e outras que a minha saudade
Faz lembrar de tudo outra vez.
Você foi a mentira sincera
Brincadeira mais séria que me aconteceu
Você foi o caso mais antigo
O amor mais amigo que me apareceu
Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim outra vez.
Esqueci de tentar te esquecer
Resolvi te querer por querer
Decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade
Sem nada perder.
Você foi toda a felicidade
Você foi a maldade que só me fez bem
Você foi o melhor dos meus planos
E o pior dos enganos que eu pude fazer
Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim outra vez.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Despedida




Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro,
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual
a gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente,
e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’
propriamente dita. É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos
deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por
ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos,
que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Quantas e quantas vezes...


Quantas vezes você andava na rua, sentiu um perfume e lembrou de alguém que você não vê há muito tempo?
Quantas vezes você olhou para uma paisagem e não se imaginou lá com alguém que você gosta muito do seu lado?
Lembra quantas vezes você voltou naquele lugar onde começou uma das melhores fases da sua vida? (seja qual for a fase, namoro, amizade, trabalho…).
Você consegue contar nos dedos de uma só mão quantas vezes você brigou com amigos seus porque eles tentaram lhe fazer mudar de idéia e depois você descobriu que eles estavam certos?
Alguma vez você foi ajudado a se levantar pela pessoa que você achava que iria ficar mais feliz com sua derrota?
Quantas vezes você foi apresentado a alguém e não ficou cheio de esperanças?
Quantas vezes você olhou para uma pessoa nas ruas e pensou: Eu te conheço de algum lugar!?
Alguma vez você notou que alguém precisava de ajuda e simplesmente não fez nada e algum tempo depois quando você precisou aquela mesma pessoa te ajudou?
Quantas vezes você já abraçou seus amigos?
Alguma vez você pensou que estava no fundo do poço e achou uma sementinha de algo bom que você nunca teria encontrado se não tivesse ido tão fundo?
Quantas vezes você estava do lado de alguém, e sua cabeça não estava ali?
Alguma vez você já se arrependeu de algo que falou dois segundos depois de ter falado?
Quem sabe dizer quantas vezes você já se tornou frio, ou brigou com pessoas que não tinham nada a ver com seus problemas?
Você deve ter visto que aquele filme que vocês dois viram juntos no cinema, vai passar na TV. Lembrou de algo bom? Depois se gelou porque aquilo já acabou?
Tem alguém que você nunca viu pessoalmente, mas quer conhecer?
Você já sentiu vontade de chorar só de pensar em coisas que eram boas, mas que na época você não dava valor?
Quando você era criança provavelmente não gostava de alguma coisa que hoje em dia adora?
Você lembra dos desenhos animados que via quando era pirralho e agora fica com pena das crianças por elas não terem os mesmos desenhos?
Se você soubesse que iria morrer daqui a 24 horas, o que você faria? Pra quem você declararia amor? Quem você abraçaria? Não teve aquele dia em que tudo deu errado, mas que no finzinho aconteceu algo maravilhoso?
Mas teve também aquele dia em tudo deu certo, exceto pelo final que estragou tudo, não foi?
Alguém olhou nos seus olhos e você trancou a respiração mesmo sem sentir?
Algum dia você ajudou a consolar alguém que nem conhecia bem, (colega, conhecido, vizinho…) e hoje lembra que depois daquilo ficaram amigos?
Você já ajudou alguém e depois essa mesma pessoa te deu as costas?
Têm pessoas que você inventou apelidos carinhosos e que só você as chama por eles?
Teve um dia há algum tempo que você acabou ficando com alguém apenas para não ficar sozinho?
Você já chorou porque lembrou de alguém que amava e não pôde dizer isso para essa pessoa?
Você já perdeu alguém que gostava muito?
Você já reencontrou um grande amor do passado e viu que ele mudou?

Uma andorinha



“Certa vez houve uma inundação numa imensa floresta.
O choro das nuvens que deveriam promover a vida dessa vez, anunciou a morte.
Os grandes animais bateram em retirada fugindo do afogamento, deixando até os filhos para trás.
Devastavam tudo o que estava a frente. Os animais menores seguiam seus rastros.
De repente uma pequena andorinha, toda ensopada, apareceu na contramão procurando a quem salvar.
As hienas viram a atitude da andorinha e ficaram admiradíssimas. Disseram: ‘Você é louca!
O que poderá fazer com um corpo tão frágil?’.
Os abutres bradaram: ‘Utópica! Veja se enxerga a sua pequenez!’.
Por onde a frágil andorinha passava, era ridicularizada. Mas, atenta, procurava alguém que pudesse resgatar.
Suas asas batiam fatigadas, quando viu um filhote de beija-flor debatendo-se na água, quase se entregando.
Apesar de nunca ter aprendido a mergulhar, ela se atirou na água e com muito esforço pegou o diminuto
pássaro pela asa esquerda, E bateu em retirada, carregando o filhote no bico.
Ao retornar, encontrou outras hienas, que não tardaram a declarar: ‘Maluca! Está querendo ser heroína!’.
Mas não parou; muito fatigada, só descansou após deixar o pequeno beija-flor em local seguro.
Horas depois, encontrou as hienas embaixo de uma sombra.
Fitando-as nos olhos, deu a sua resposta:
‘Só me sinto digna das minhas asas se eu as utilizar para fazer os outros voarem’.”


sábado, 7 de fevereiro de 2009

Para um alguém ..


Ninguém jamais conseguiu explicar como foram criadas as almas gêmeas, mas eu me lembro bem dessa história.

Estavam, lá no céu, todas as almas. Umas eram somente razão, outras somente emoção; duas filas distintas. Finalmente, chegou a minha vez de ser colocada em uma das filas. Olhei para ambas e me identifiquei com a da razão. Acontece, porém, que quando avistei você na da emoção meus olhos brilharam, como se você fosse um imã a me puxar.

Aproximei-me do criador e lhe disse:
- Eu gostaria de ficar na fila da emoção, pode ser? É que existe uma doce alma por lá, que me encantou.
- Está bem! Falou-me Ele. Você até poderá escolher seu lugar, mas antes quero lhe explicar algo. Depois, então, você fará a sua opção.

Existem almas que são gêmeas, tudo nelas é igual. A única diferença que eu coloquei foi a razão e a emoção. Justamente para que elas possam se completar. É como se fosse um encaixe. Possuo uma grande percepção para distinguir as almas gêmeas e por isso entendi, que aquela que se encontra ali na fila da emoção é a sua (Ele falou apontando para você). “Daí querer te colocar na da razão. Caso vocês fiquem juntos, o encanto das almas gêmeas se acabará, ao passo que se ficarem separadas, ele permanecerá. No entanto, devo lhe contar algo: as almas gêmeas nem sempre se encontram, porém vivem sempre unidas pelo coração e por elas próprias. Por outro lado, quando se encontram jamais se separam, nem mesmo eu consigo executar esse afastamento”. Entendi naquele momento que a razão não sobrevive sem a emoção e a emoção, por sua vez, precisa da razão para viver.

Nesse instante fiz a minha escolha: - Prefiro a fila da razão!

Encaminhei-me para meu lugar, me posicionei e nesse mesmo instante, você, que não tinha até então percebido minha presença, olhou-me e sorriu! Hoje, eu sou a razão, você a emoção. Eu te dou o chão e você me leva à lua. Hoje, eu entendo o que o criador quis me dizer com: “…é como se fosse um encaixe”. Hoje, eu sou a razão correndo atrás da emoção e você a emoção pedindo aos céus que eu possa pertencer a mesma fila que você. Contudo, o que você não sabe é que fui eu mesmo quem escolheu o meu lugar, só para ser a sua alma gêmea. O que você não sabe é que, mesmo antes de pertencer a qualquer uma das filas eu já te amava.

Quando voltarmos para o lado de lá, você há de entender tudo isso e se puder escolher uma das filas novamente, ainda vou querer ficar separado de você. A única diferença é que escolherei a fila da emoção, para sonhar como você sonhou, e que você fique na da razão, para entender como eu sofri!